segunda-feira, 23 de março de 2009

Expectativas para o estágio...

Desde o dia 16 de março nós estamos planejando, discutindo e elaborando roteiros e questionários para nosso período de observação que acontecerá de 30 de março a 03 de abril no Colégio Municipal Professor Brito no período da tarde. Tem sido um trabalho exaustivo onde todas as quatro duplas de estágio estão junto a professora Socorro, tentando encontrar atividades e questionamentos importantes para o nosso pré-diagnóstico tanto da escola quanto dos alunos com os quais iremos trabalhar no período.




São muitas as idéias. As vezes chega a fugir do foco e a discussão fica bastate acirrada, mas tudo dentro de uma perspectiva do querer fazer o melhor para que os educandos possam crescer e aprender durante nossa regência. Não é fácil planjar em equipe atividades que gostaríamos de fazer, pois sempre temos idéias muito diferentes. Porém, este espaço de discussão e construção é muito rico e promove muito conhecimento e troca de experiências.




A professora Socorro sempre faz a mediação e chama para o foco da discussão, desta forma há um maior aproveitamento das ações planejadas e do tempo que nos é disponibilizado. Conseguimos levantar as questões mais importantes a serem pesquisadas e observadas, conseguimos criar atividades de matemática e de lígua portugêsa onde o tema Contos e Fábulas podessem ser explorados, escolhemos textos para leitura, argumentamos, criamos e por fim conseguimos chegar a que mais importa. Estamos pouco a pouco nos preparando para reger a sala de aula.




Eu e minha companheira de estágio Marielly, fomos agraciadas com uma turma 25 alunos da 4ª série do ensino fundamental, 5° ano do ciclo, com idades entre 10 e 12 anos. A regente da sala é a professora Eliana. No dia da reunião com o corpo docente da escola, a professora nos disse que os seus alunos estavam ansiosos para nos conhecer, falou também que eles esperavam que nós levássimos atividades bastante dinâmicas e lúdicas. Deixou transparecer também, a expectativa sobre premiações, brincadeiras e doces que os estagiários sempre levam.




Nós porem, ficamos muito preocupadas com isto, já que a nossa proposta é bem diferente desta visão de estagíária para brincar e divertir a turma. Nós quermos construir conhecimento a partir de nossa prática, queremos por em ação as nossas reflexões sobre textos e relatos durante nossa vida acadêmica. Esta expectativa frustra nossos ideais e nos deixa apreensivas. Então, conscientes desta situação, estamos buscando ações e atividades que sejam atraentes aos alunos, mas que principalmente seja mediadora da aprendizagem de forma eficiente e não de premiação.




Esta situação nos angustia, porém sabemos que esta é somente a fala da professora em relação aos seus alunos. A partir do dia 30 de março nós iremos conhecer mais de perto e saberemos o que realmente as crianças esperam de nós.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Sobre Ludicidade...



“Brincar, jogar, agir ludicamente, exige uma entrega total do ser humano, corpo e mente, ao mesmo tempo. A atividade lúdica não admite divisão; e, as próprias atividades lúdicas, por si mesmas, nos conduzem para esse estado de consciência. ” (Cipriano Carlos Luckesi) “








A ludicidade tem sido um tema bastante discutido na atualidade, principalmente no que se refere ao seu papel de mediador no desenvolvimento integral de crianças em idade pré-escolar. Esta temática traz consigo diversos fatores positivos e negativos. Positivos, quando entende a interação da criança com o brinquedo ou o objeto com que se brinca, quando percebe na protagonização e representação de papeis, o sentimento de inteireza e de construção de diversas habilidades cognitivas e afetivas. A leitura de histórias e contos de fadas torna o universo lúdico rico e promovedor de elementos basicos ao preenchimento de lacunas e das ansiedades infatís, satisfazendo e potencializando a relação de entendimento do eu. Negativo, quando a ludicidade é vista como meio de aquisição de conhecimento, sendo utilizada somente como instrumento didático, um veículo ou recurso para se ensinar algum conteúdo.


ludicidade não tem haver com liberdade somente... Mas, tem muito haver com a própria vida! Enquanto se brinca, vive-se um novo momento de diversas formas diferentes. Enquando brinco, represento, canto, rio, falo, fico triste e fico feliz. Experimento situações, testo, hipotetiso, crio soluções. Sou sujeito ativo, reajo, vivo!!




Brincadeira é coisa séria!!!

domingo, 8 de março de 2009

Um pouco de minha história!


Quando eu nasci meu pai era mecãnico e minha mãe auxiliar de enfermagem. Mesmo com dificuldade financeira, eles me colocaram para estudar em uma escola particular bem simples e humilde. A professora era nossa vizinha e ela passava de casa em casa para levar seus alunos até sua escola que ficava não muito distante dali. Nesta época eu tinha só quatro anos e não me lembro de muita coisa.
Eu me lembro bem palmatória que a professora sempre carregava consigo. Mas não me lembro de tê-la experimentado... tststs. Lembro também das atividades com material como: casca de ovo, papel camurça, jornal e papel de todo tipo. Nós aprendemos com ela, a conhecer as letras por meio do antigo ABC, segundo o método sintético de alfabetização. Embora tenha surtido efeito em alguns de nós, este método, não é bem visto pela pedagogia moderna pois fragmenta o o conhecimento.
De acordo com Vera Lúcia Camara Zacharias "O método sintético consiste, fundamentalmente, na correspondência entre o oral e o escrito, entre o som e a grafia." Este método estabelece a correspondência a partir das letras, em um processo que consiste em ir das partes ao todo. Hoje o método análítico e a tendência construtivista têm desempenhado um papel bem mais aceito entre os alfabetizadores. Embora sejam mais trabalhosos e necessitem de mais criatividade, têm apresentando bons resultados no processo da aperndizagem siginificativa.


Da primeira a oitava série do primeiro grau, como era chamado antigamente, eu cursei em escola pública. Tive professores bons e outros que não sinto saudades. Tive exemplos do que é ser ou não um bom educador. Sempre fui muito comunicativa, por isso acabava conhecendo do porteiro à diretora da escola. Adorava ter estagiárias! Eu sempre aprendia mais no período do estágio! Acredito que as brincadeiras e a forma carinhosa das estagiárias faziam a aprendizagem ser mais atraente. Henri Wallon considera a afetividade um fator de suma importância no processo de desenvolvimento da criança. Muitas estagiárias passaram e contribuiram para minha formação, porém a que mais me marcou foi a da quarta série. Seu nome era Zilda, uma negra muito alta e bonita, com voz suave e carinhosa. Ela era muito atenciosa e compreensiva, procurava sempre compreender nossas necessides e limitações. Rogeres, na teoria humanista, fala dessa empatia tão necessária ao professor, fazendo-o capaz de colocar-se no lugar do aluno e pensar como ele, mas sem perder de vista o seu real papel na relação professor/aluno/aprendizagem.


Até a oitava série eu não tinha muita expectativa no que se refere a fazer um curso de nível superior. Embora gostasse muito da área de educação, jamais imaginei fazer um curso de pedagogia. Eu cursei os três anos do antigo segundo grau num colégio particular chamado CETEJE, Hoje Faculdades Integradas de Jequié. Neste período estudei com bolsa integral e conclui o curso de Técnico em Contabilidade. Serviu como experiência, mas nunca foi o meu ideal. Nesta época eu fiz um estágio na Secretaria da Fazenda do Estado e foi maravilhoso. Conheci muita gente e fiz muitos trabalhos diferentes.
Quando terminou o estágio e o curso de T. em Contabilidade eu fui trabalhar em uma clínica de Ultrasonografia como secretária. Trabalhei durante sete anos lá e neste período eu me casei e o sonho da universidade ficou cada vez mais distante para mim. Mesmo assim eu sempre estudei sozinha, nos momentos de folga, esperando uma boa oportunidade para mudar de vida. Até que fui aprovada no concurso público da Seretaria de Saúde do município de Jequié.

E foi trabalhando no posto de saúde que conheci Cândida, graduanda do Curso de Pedagogia. Ela foi a responsável por minha escolha pelo curso. Foi ela quem me alertou sobre minha facilidade de comunicação, de explicar as coisas, de falar em público, escrever, desenhar e lidar com crianças pequenas. Aceitei o conselho e hoje me considero uma das pessoas mais impolgadas com o curso de pedagogia e com a formação docente. Tenho planos e sonhos, dentre eles o de atuar na escola pública. Adorei o estágio na Creche, embora tenha passado por diversas dificuldades, fiquei encantada com as crianças e com o trabalho que fui capaz de realizar nesta modalidade de ensino com tão poucos recursos.



Percebi as dificuldades reais da pré-escola em nosso município. Conheci crianças com problemas que nem mesmo os adultos têm condições de suportar. Vi casos e descasos de funcionários e educadores. Chorei, ri... Até ri mais do que chorei. Mas foi um dos momentos mais maravilhosos de minha vida. O estágio de Educação Infantil me fez abrir os olhos pra muitas coisas. Principalmente para o fato de que o mundo deseja e aspira por profissionais de caráter, solidários e de muito amor pelo outro.
O ponto chave do meu estágio foi a ludicidade. Para mim e minha colega de estágio, não foi muito difícil encontrar atividades e proporcionar momentos de aprendizagem e de interação com brinquedos e brincadeiras para as crianças, pois ludicidade é o meu tema de monografia, e acredito muito que a criança que brinca adquire elementos necessários a sua formação garantindo sua integridade física, mental e intelectual.


De acordo com o pensamento de Vigotsky (WAJSKOP, 2001, p.33) , a criança no brincar, coloca desafios e questões além do seu comportamento diário, levantando hipóteses na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelos adultos e pela realidade a qual estão inseridas. Ainda para este teórico, a brincadeira infantil pode constituir-se em uma tividade em que as crianças, sozinhas ou em grupo, procuram compreender o mundo e as ações humanas.

De acordo com Ausubel (FARIA, 1989 p. 08) uma aprendizagem significativa acontece se as idéias expressas simbolidamente forem relacionadas as informações relevantes previamente adquiridas pelo aprendiz. Neste sentido, durante nossa regência, nós utilizamos os conhecimentos prévios dos alunos e os integramos a bincadeiras e jogos no intuíto tanto de conquistar a atenção das crianças, quanto o de promover uma aprendizagem mais significativa.

O curso de Pedagogia para mim, não serviu somente para a absorvição de teórias e de experiência docente. Mas do que isso, o que eu apreendi durante estes quatros anos, é importantíssimos para minha constituição enquanto cidadã, enquanto sujeito que constroe e faz história. A Psicologia me levou a uma profunda viagem em mim mesma fazendo ver que só posso compreender, aceitar e ajudar ao outro se eu conhecer a mim mesma, aceitar a mim mesma. Ser capaz de me olhar no espelho e apontar defeitos e qualidades, resolvendo meus conflitos interiores e superando minhas ansiedades.


Talvez Jung e Freud tenham sido os autores mais importantes em minha formação acadêmica. Pois em suas teorias me chamou muito atenção a questão da sombra e da persona, dos arquétipos, das neuroses e dos diversos transtornos de personalidade originados de situações mal resolvidas desde a infância e tão comuns em nossa sociedade moderna. Porém, não posso esquecer dos pensamentos de Marx, Paulo Freire, Durkeim e de muitos autores modernos e respeitados como Lukese, Gadote, Gilberto Freire, Sergio Buarque dentre vários autores e autoras dos quais li e gostei muito, e que contribuiram para a visão de mundo que tenho hoje.

Tenho muitas expectativas para este último semestre na academia, principalmente para o momento de estágio que iremos realizar agora. Espero contribuir e ser tão significativa e inesquecível para as crianças quanto a minha querida estagiária Zilda foi para mim. Espero encontrar no estágio, algumas respostas para indagações interiores e particulares, espero ser capaz de aproveitar o momento para refletir e descobrir. Espero ser capaz de partilhar e de estar aberta ao conhecimento que os meus alunos trarão dentro de si. Tenho confiança em Deus e nos estudos que já fiz até agora.

quarta-feira, 4 de março de 2009


POESIA LINDA!
Metade(Oswaldo Montenegro)Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio que a morte de tudo em que acreditonão me tape os ouvidos e a boca pois metade de mim é o que eu grito mas a outra metade é silêncio.Que a música que ouço ao longeseja linda ainda que de tristeza, que a mulher que eu amo seja pra sempre amada mesmo que distante porque metade de mim é partida mas a outra metade é saudade. Que as palavras que falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento porque metade de mim é o que ouço mas a outra metade é o que calo. Que essa minha vontade de ir emborase transforme na calma e na paz que eu mereçoque essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada porque metade de mim é o que penso e a outra metade um vulcão. Que o medo da solidão se afaste que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que me lembro ter dado na infância porque metade de mim é a lembrança do que fui e a outra metade não sei. Que não seja preciso mais que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espíritoe que o teu silêncio me fale cada vez mais porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço. Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saibae que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer porque metade de mim é platéia e a outra metade é a canção. E que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor e a outra metade também.